domingo, 24 de julho de 2016

Perseverança ou Teimosia? Reorientar para Prosseguir...

A um tempo atrás me vi diante da seguinte questão: qual a diferença prática entre a perseverança e a teimosia? O que distingue uma pessoa perseverante de uma teimosa?

Não sei se inusitada, interessante ou intrigante para a maioria das pessoas como foi para mim, a resposta a essa questão foi um tanto controversa: do ponto de vista conceitual, me parecia óbvia, trivial; mas considerando o subjetivismo que predomina em cada pessoa, e uma certa dose do método cartesiano, refleti um bom tanto sem sucesso numa resposta satisfatória...

Já sabia a um bom tempo que a primeira é uma virtude, qualidade de quem mantém-se em seu propósito à revelia das adversidades; mas também a pessoa teimosa assim não procede? Entretanto, a teima em querer o que parece ser inviável é vista como uma atitude imatura, impertinente, ou até mesmo um defeito ou imperfeição...

Como saber, portanto, se estou sendo uma pessoa perseverante num objetivo ou simplesmente alguém teimoso numa coisa ou situação que não tem jeito?

Foi numa conversa de cafezinho com um amigo, com quem compartilhei esse dilema, que ouvi dele um critério interessante para essa diferenciação:

- Ambas persistem no objetivo, a pessoa perseverante, porém, o faz com métodos e formas diferentes de agir, a cada nova tentativa, enquanto não consegue atingi-lo...

Bingo! Faz todo sentido, de fato e de conceito...

E trazendo para o contexto do nosso interesse aqui neste blog, é algo do que tem acontecido desde julho do ano passado para cá...

Desde o post anterior, quando fiz uma retrospectiva e propus uma reflexão sobre a situação da proposta de projeto que deu origem a esse blog, ainda ocorreram algumas outras reuniões e tentativas de alavancar o grupo e o projeto... a página de eventos do grupo no Facebook foi uma boa ferramenta para agendar e registrar essas reuniões, que aconteceram entre janeiro e julho/2015, na razoável cadência de uma por mês.

Infelizmente, ao final daquele período, constatamos que mesmo os objetivos de uma primeira fase do projeto (que fora prevista, 2 anos antes, para durar 6 meses!) não estavam nem à vista de serem atingidos... 

... Formação, estruturação e consolidação dos grupos;
... Cada grupo fazer um estudo e avaliação iniciais da sua situação; e
... Detalhar o projeto em termos de fases, objetivos parciais, ações, prazos e recursos para atender os Objetivos e obter os Resultados esperados da proposta ...

Para prosseguir como perseverantes (e não como "teimosos" ;>), desde então, mudamos o jeito de agir e fizemos uma reorientação...

... na prioridade de objetivos: embora fundar uma escola continue sendo um dos objetivos, passou a ser de médio/longo prazo, em favor de trabalharmos, no curto prazo, com as escolas e outras organizações afins existentes;

... de organização: decidimos nos vincular a uma Associação existente, que nos dá liberdade de ação dentro dos princípios e fundamentos que abraçamos e que possui toda a estrutura jurídica, fiscal e estatutária para operacionalizar essas ações;

... de forma de trabalho: em vez de elaborar e agir dentro de um grande projeto estruturado (como proposto inicialmente) estamos perseguindo pequenos projetos / planos de trabalho / programas alinhados com os princípios, fundamentos e conceitos que acreditamos serem os mais adequados;

... no título da proposta: de "Educação Espírita Aplicada" para "Educação com Espiritualidade Aplicada" - um bom tanto inspirados pelo título e conteúdo discutido no II Congresso Internacional de Educação e Espiritualidade, e outro tanto pela observação das demandas e soluções que temos visto no dia-a-dia da Educação; a proposta, embora com bases firmemente apoiadas na doutrina codificada por Allan Kardec,  não pode estar limitada por denominação que sugira qualquer sectarismo filosófico ou religioso;

... reorientação de visão da realidade: num outro aspecto mais amplo ainda, embora as bases doutrinárias e os objetivos pedagógicos e de Espiritualidade, constatamos que precisamos buscar o equilíbrio entre as "coisas de Deus" (essas bases e os objetivos) e as "coisas de César" (sustentabilidade econômico-financeira), em qualquer uma dessas organizações (escola, associação ou projetos);

... e finalmente, uma reorientação de envolvimento e comunicação com as pessoas interessadas: em vez de reuniões sobre qualquer assunto com todos, estamos primeiro estruturando as ações, projetos, etc., com as poucas pessoas que realmente se comprometem e podem fazer algo, para depois abrir para o grupo e oportunizar a participação de todos, de acordo com critérios de motivação e habilidades presentes nas pessoas que manifestarem interesse.

Para dar suporte esse novo jeito de prosseguir, e em acréscimo às páginas existentes dedicadas a cada uma das áreas de concentração dessa proposta, a saber:
- Estudo e Suporte de uma Pedagogia Espírita,
- Estudo e Suporte de Gestão Escolar,
- Sustentabilidade Econômica e Fiscal e
- Suporte ao Movimento Espírita,
criamos a página dedicada a Projetos, que se desdobra em algumas outras para apresentar o resultado acerca dos estudos, reflexões, decisões e casos sobre o quê podem ser os projetos / planos de trabalho / programas a que nos referimos nesse contexto.

Esperamos que, assim, estejamos de fato sendo perseverantes em nossos objetivos, mantendo a esperança na ajuda que a Providência Divina sempre oferece para nos renovar, tanto individualmente, ajustando nossas visão e atitudes, quanto coletivamente, favorecendo que outras pessoas se junte a nós, trazendo outras visões, atitudes, habilidades e motivação!

Oportunamente publicaremos algo mais sobre essas páginas de projetos e uma nova página sobre os conceitos, premissas, fundamentos e princípios que norteiam a Ação de Educação Integral, Organização e União (AEIOU) da nossa proposta, que, nesse momento, é um rascunho de Regimento Interno para a nossa organização dentro da Associação que ora nos acolhe como entidade-mãe, a Casa de Oração Missionários da Luz (COMLuz).

Acompanhe e participe!!
Um abraço fraterno!